terça-feira, 7 de março de 2017

Resenha: O Apanhador no Campo de Centeio - J.D. Salinger - Editora do Autor


O Apanhador no Campo de Centeio
Autor: J.D. Salinger
Editora: do Autor
Categoria: Drama Adolescente
ISBN: 9788587575012
208 Páginas
1º Edição – 1965


Sinopse

Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e depois, revela tudo o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente pensa sobre seus pais, professores e amigos?




Olá, leitores! Hoje iremos falar sobre um dos maiores clássicos da literatura americana, que mesmo tendo sido lançado em 1951 permanece extremamente atual. Descobri esse livro aos 14 anos, de uma maneira inusitada; sou fã de The Beatles, e um dia estava lendo sobre o assassinato de John Lennon, e o artigo mencionou que o atirador carregava uma versão de bolso de O Apanhador no Campo de Centeio consigo. Dessa forma, fiquei curioso para lê-lo, mas só tive a oportunidade este ano, após ganha-lo como presente de Natal. Mas garanto que a espera valeu muito a pena.

O livro se passa em Dezembro de 1949 e conta a história de Holden Caulfield, um adolescente de 16 anos que estuda em um colégio interno no estado da Pensilvânia, nos EUA. Ele está prestes a ser expulso do colégio devido ao seu péssimo rendimento escolar; ele deve deixar o colégio em uma quarta-feira, dia em que começarão as férias de fim de ano. Entretanto, após se entediar com o local e as pessoas com quem convive lá, ele decide sair antes do prazo, ir sozinho para sua cidade natal (Nova York) e se hospedar em um hotel de lá até que a quarta-feira chegue, e então ele retornará para casa. Ao longo desses dias, Holden terá uma série de encontros com pessoas que fizeram ou fazem parte da sua vida, como sua irmã mais nova, uma antiga namorada e um professor de Inglês.

O protagonista Holden é um verdadeiro rebelde, daqueles que se encaixariam perfeitamente nas décadas de 60 e 70. Acrescido a isto, o personagem vive conflitos psicológicos causados tanto pela idade quanto pelos acontecimentos de sua vida. A maneira como estes são apresentados através da narrativa chamam a atenção pela maneira reflexiva, crua e direta, sem nenhum tipo de glamourização. J.D. Salinger foi capaz de criar uma obra atemporal, que explora de maneira complexa conceitos como identidade, vazio existencial e necessidade de conexão. Estes são sentidos em diferentes níveis, que vão desde a quase completa ausência física dos pais de Holden na narrativa ao momento em que, através de uma metáfora feita pelo protagonista, o título do livro é explicado.




Em relação aos encontros, gosto muito dos que não foram planejados, como o trecho em que Holden conversa com duas freiras em um café. Dos planejados, o melhor é, sem dúvidas, com Phoebe, a irmã mais nova do garoto. Ela é bastante esperta e é a personagem que melhor compreende os conflitos pelos quais seu irmão passa, e a única que se dispõe a tentar entende-los. Por último, destaco a presença não física de duas figuras importantes na vida do jovem rebelde: seu irmão Allie – cuja morte aos 11 anos o afetou consideravelmente; e Jane Gallagher – uma garota que ele conheceu na pré-adolescência e por quem nutre uma paixão não declarada. Ambos vivem a permear seus pensamentos, rendendo momentos emocionantes.

O Apanhador no Campo de Centeio é uma obra-prima que faz um retrato fidedigno da adolescência, através do olhar de um protagonista carismático e complexamente fascinante, e com questionamentos relevantes para diversas gerações de jovens. Encerro minha resenha com uma das melhores citações do livro, e que sintetiza meu sentimento ao escrever este texto:

A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo.” - Holden Caulfield, P. 205

Até a próxima resenha!


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